Tudo começa colocando Espanha e França em um liquidificador.
Dessa união nasce um pedaço de terra encantado, com uma língua diferente e um povo com qualidades de ambos. Possível? Sim, e seu nome é Pais Basco.
Para quem fica receoso por sua fama em função do grupo separatista ETA (Pátria Basca e Liberdade), pode ficar sossegado. A paz reina nos quatro cantos da comunidade autônoma espanhola, como em poucos lugares do mundo.
Sugestão: alugue um carro ou pegue carona com um bom amigo que more nas redondezas. O carro será a casa móvel de vocês.
O roteiro fica ainda mais interessante se feito em um bar ou café, colocando na ponta do lápis o nome de qualquer cidade da costa Basca. Não existe lugar que não valha a pena ser visitado na região, então a rota pode ser traçada por afinidade de nomes ou por alguma indicação, especialmente aquelas que chegam de conhecidos feitos pelo próprio trajeto. Para quem acha tudo isso um pouco arriscado, aqui vai o meu roteiro:
Tudo começou em um café no bairro de Gracia em Barcelona. Eu e uma grande amiga da Letônia decidimos que seria o País Basco nosso próximo alvo. Ela carregava um mapa na bolsa - moça prevenida - e naquele momento decidimos nosso primeiro destino: o povoado de Hondarribia.
Ai está o primeiro lugar que não se pode deixar de visitar. A cidade parece ter sido desenhada por algum artista talentoso da época medieval. De lá, pegamos um barco de pescadores, com o qual se pode cruzar para a costa francesa.
O interessante é passar o dia em Hendaye (França), uma praia de quase quatro quilômetros. Em dois desses quatro quilômetros é permitido tirar o biquíni e ser feliz. Mar transparente, areia branca e fina, uma região muito verde, além desta parte nudista/naturista, que atrai pessoas de todas as tribos. Você pode dormir em pensões, para quem deseja uma trip mais econômica, ou em pequenos hotéis, que são um verdadeiro charme.
Deixando Hondarribia pela manhã, visitamos o povoado de Irun – não tão interessante – e nos dirigimos à fantástica San Sebastián, conhecida como Donostia na língua local, o Euskera. A cidade mais conhecida do País Basco não leva a fama por acaso. O lugar é realmente único. Valem duas noites por lá, conhecendo as praias de Ondarreta, La Concha e Zuriola, além da parte antiga da cidade, que conta com a maravilhosa catedral do Buen Pastor e o museu de Chillida-Leku. A noite de Donostia acontece na parte antiga, cheia de bares, Sidrerias – onde se pode comer bem com pouco dinheiro e ainda levar uma garrafa de Sidra – ou na própria rua, em meio à música local que é divertidíssima.
De lá, o tempo em cada povoado dependerá da disponibilidade dos aventureiros.
Dessa união nasce um pedaço de terra encantado, com uma língua diferente e um povo com qualidades de ambos. Possível? Sim, e seu nome é Pais Basco.
Para quem fica receoso por sua fama em função do grupo separatista ETA (Pátria Basca e Liberdade), pode ficar sossegado. A paz reina nos quatro cantos da comunidade autônoma espanhola, como em poucos lugares do mundo.
Sugestão: alugue um carro ou pegue carona com um bom amigo que more nas redondezas. O carro será a casa móvel de vocês.
O roteiro fica ainda mais interessante se feito em um bar ou café, colocando na ponta do lápis o nome de qualquer cidade da costa Basca. Não existe lugar que não valha a pena ser visitado na região, então a rota pode ser traçada por afinidade de nomes ou por alguma indicação, especialmente aquelas que chegam de conhecidos feitos pelo próprio trajeto. Para quem acha tudo isso um pouco arriscado, aqui vai o meu roteiro:
Tudo começou em um café no bairro de Gracia em Barcelona. Eu e uma grande amiga da Letônia decidimos que seria o País Basco nosso próximo alvo. Ela carregava um mapa na bolsa - moça prevenida - e naquele momento decidimos nosso primeiro destino: o povoado de Hondarribia.
Ai está o primeiro lugar que não se pode deixar de visitar. A cidade parece ter sido desenhada por algum artista talentoso da época medieval. De lá, pegamos um barco de pescadores, com o qual se pode cruzar para a costa francesa.
O interessante é passar o dia em Hendaye (França), uma praia de quase quatro quilômetros. Em dois desses quatro quilômetros é permitido tirar o biquíni e ser feliz. Mar transparente, areia branca e fina, uma região muito verde, além desta parte nudista/naturista, que atrai pessoas de todas as tribos. Você pode dormir em pensões, para quem deseja uma trip mais econômica, ou em pequenos hotéis, que são um verdadeiro charme.
Deixando Hondarribia pela manhã, visitamos o povoado de Irun – não tão interessante – e nos dirigimos à fantástica San Sebastián, conhecida como Donostia na língua local, o Euskera. A cidade mais conhecida do País Basco não leva a fama por acaso. O lugar é realmente único. Valem duas noites por lá, conhecendo as praias de Ondarreta, La Concha e Zuriola, além da parte antiga da cidade, que conta com a maravilhosa catedral do Buen Pastor e o museu de Chillida-Leku. A noite de Donostia acontece na parte antiga, cheia de bares, Sidrerias – onde se pode comer bem com pouco dinheiro e ainda levar uma garrafa de Sidra – ou na própria rua, em meio à música local que é divertidíssima.
De lá, o tempo em cada povoado dependerá da disponibilidade dos aventureiros.
Zumaia: muito turístico e conhecido por sua parte histórica. Vale a pena passar uma hora por lá e ticar da sua lista.
Ondarroa: dispensável. Não caia no conto de Ondorroa.
Lekeito: essa sim é ponto obrigatório. A minúscula cidade de pescadores é super acolhedora, além de contar com uma praia lindíssima e algumas pequenas ilhas ao redor.
Bermeo: a praia é conhecida por suas águas cristalinas, mas não é um lugar necessário. Até porque sua fama é bem maior do que o real encanto do lugar.
Bakio: cidade de veraneio dos bascos. Durante a temporada é um lugar interessante, mas o que vale mesmo é a pequena estrada até lá, cheia de vistas incríveis, florestas e bosques.
Gernika: lindíssima. Gernika é uma das cidades mais importantes para o povo basco, mas, mesmo assim, poucos turistas chegam até lá. A energia do lugar é algo impressionante, com muitos parques e natureza fresca. Não deixe de visitar a Gernikako Albola e o Europa Herrien Parkea. De preferência, pergunte a algum pessoa local sobre a importância desses dois lugares. Além de uma aula de história é capaz de você encontrar uma companhia interessante para uma boa taça de vinho.
Aviso: escolha com carinho seu acompanhante de viagem. Aproveitar os momentos no carro com vistas de dar água na boca é importantíssimo.
Entre os povoados vale a pena parar em Urdaibai, declarada reservada da biosfera pela UNESCO em 1984. Em Itziar, não deixe de conferir a vista do mar Cantábrico.
E chegamos à última parada, Bilbao. A quinta cidade mais populosa da Espanha, e a maior do País Basco, nos lembra nossa velha e querida São Paulo, se esta tivesse nascido na Europa. Deixando claro de que a observação é um grande elogio, já que sou fã do caos paulistano e da vida 24h que esta nos proporciona.
Mas a minha ida a Bilbao levava um motivo especial: visitar um de meus sonhos como aficionada, o Museu Guggenheim.
Construído pelo arquiteto canadense Frank Gehry, o Guggenheim é um verdadeiro espetáculo para os olhos. Sua coleção permanente conta com uma escultura de Richard Serra - La Materia del Tiempo - onde o visitante pode caminhar por entre as curvas e becos criados pelo artista. Incrível! Também não saem de lá as obras de Jenny Holzer, Louise Bourgeois, Laskano e Koldobica Jauregi, igualmente gênios. Nossa sorte foi conseguir chegar a tempo para a exposição de Palazuelo e Kiefer, que ficará por lá até setembro.
Agora o caminho da roça vai realmente depender de onde o dever te chama. Eu e minha querida amiga regressamos a saudosa Catalunya, e a nossa vida a lá albergue espanhol, cheia de fotos, amigos e histórias novas pra contar.
Afinal, é disso que a vida é feita, não? De momentos inesquecíveis como estes.
Ondarroa: dispensável. Não caia no conto de Ondorroa.
Lekeito: essa sim é ponto obrigatório. A minúscula cidade de pescadores é super acolhedora, além de contar com uma praia lindíssima e algumas pequenas ilhas ao redor.
Bermeo: a praia é conhecida por suas águas cristalinas, mas não é um lugar necessário. Até porque sua fama é bem maior do que o real encanto do lugar.
Bakio: cidade de veraneio dos bascos. Durante a temporada é um lugar interessante, mas o que vale mesmo é a pequena estrada até lá, cheia de vistas incríveis, florestas e bosques.
Gernika: lindíssima. Gernika é uma das cidades mais importantes para o povo basco, mas, mesmo assim, poucos turistas chegam até lá. A energia do lugar é algo impressionante, com muitos parques e natureza fresca. Não deixe de visitar a Gernikako Albola e o Europa Herrien Parkea. De preferência, pergunte a algum pessoa local sobre a importância desses dois lugares. Além de uma aula de história é capaz de você encontrar uma companhia interessante para uma boa taça de vinho.
Aviso: escolha com carinho seu acompanhante de viagem. Aproveitar os momentos no carro com vistas de dar água na boca é importantíssimo.
Entre os povoados vale a pena parar em Urdaibai, declarada reservada da biosfera pela UNESCO em 1984. Em Itziar, não deixe de conferir a vista do mar Cantábrico.
E chegamos à última parada, Bilbao. A quinta cidade mais populosa da Espanha, e a maior do País Basco, nos lembra nossa velha e querida São Paulo, se esta tivesse nascido na Europa. Deixando claro de que a observação é um grande elogio, já que sou fã do caos paulistano e da vida 24h que esta nos proporciona.
Mas a minha ida a Bilbao levava um motivo especial: visitar um de meus sonhos como aficionada, o Museu Guggenheim.
Construído pelo arquiteto canadense Frank Gehry, o Guggenheim é um verdadeiro espetáculo para os olhos. Sua coleção permanente conta com uma escultura de Richard Serra - La Materia del Tiempo - onde o visitante pode caminhar por entre as curvas e becos criados pelo artista. Incrível! Também não saem de lá as obras de Jenny Holzer, Louise Bourgeois, Laskano e Koldobica Jauregi, igualmente gênios. Nossa sorte foi conseguir chegar a tempo para a exposição de Palazuelo e Kiefer, que ficará por lá até setembro.
Agora o caminho da roça vai realmente depender de onde o dever te chama. Eu e minha querida amiga regressamos a saudosa Catalunya, e a nossa vida a lá albergue espanhol, cheia de fotos, amigos e histórias novas pra contar.
Afinal, é disso que a vida é feita, não? De momentos inesquecíveis como estes.
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