Nos últimos tempos tenho pensado muito no filme Dumbo, em especial na parte em que ele encontra sua famosa peninha mágica. Ele acreditava que só poderia voar se estivesse com aquela peninha enrolada na tromba. Ela se tornou seu amuleto, algo sem o qual ele não poderia realizar seu grande vôo.
É curioso como cada um de nós também possui uma peninha mágica, que muitas vezes é uma pessoa amada que nos dá força para continuar lutando pelo nosso objetivo. É com ela, e apenas perto dela, que parece termos força suficiente para deixar tantas coisas de lado e seguir em direção ao nosso sonho. Ela nos acalma, nos dá amor e equilíbrio para a vida que queremos.
O problema vem quando a peninha - como aconteceu com Dumbo - vira completamente essencial para voarmos. Essa dependência faz com que sua ausência seja insuportável, se torne motivo para, além de não voarmos, não conseguirmos ao menos caminhar normalmente. O pensamento obsessivo pela peninha traz para a nossa vida a dependência psicológica de um bem que acaba dando a volta na circunferência e se tornando nosso inimigo.
...será que existem grandes paixões que em algum momento não se tornem uma peninha maléfica?
Acredito que por sermos seres tão complicados e em muitos momentos paranóicos por natureza (lembro-me de meu sobrinho de três anos que quando mandamos ele tomar banho ele chora e diz: vc não me ama! Vai entender...) Mesmo os amores bons podem passar por momentos que nos fazem mal. Mas quando um amor faz realmente bem para nossa alma, ele não permanece nesse estado deturpado de nossas mentes por muito tempo. Logo ele volta a ser bom e te revela que vc pode sim voar sem ele, que ele apenas iniciou um processo que já estava acontecendo dentro de vc. Ele te traz ainda mais força para enxergar aquele potencial que vc já desconfiava ser seu grande aliado.
Em homenagem a minha peninha mágica
Obrigada, KTA
Um comentário:
também quero uma peninha mágica
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