Copan. Muito da minha infância foi vivida ali, na casa da vovó. Eu, encolhida dentro do carro, via o centro da cidade passar sem perder nem um detalhe.
- Cuidado Carolina, é perigoso! Dizia meu pai quanto eu tentava desesperadamente descer para comprar balas na banca em frente ao emblemático edifício. Ele tinha razão, e eu sabia. Tinha a imagem gravada na memória de uma jovem que levava alguns livros nos braços parada no meio de 3 outros jovens, um deles agachado olhando debaixo da saia dela. Lembro da minha indignação ao perceber que ela chorava e que ninguém, absolutamente ninguém, podia fazer nada. Eles estavam armados.
Medo e admiração. Um verdadeiro amor platônico por toda aquela região. Um amor que me levava a um vertigo incrível e inevitável.
****** Luva na mão, calças manchadas de tinta e la vão eles. E como acontece algumas vezes, lá vai ela junto, aquela curiosa que adora caminhar pelo centro com gente que sabe exatamente onde pisa. Passamos pelo Ipiranga, Brás, Mooca, Cambuci, em cada um deles, uma porta pintada, um muro escrito, uma piada entre amigos. Nenhum nome seria melhor e mais irônico que VLOK, é por isso que ele encaixa como uma peça de quebra-cabeça na vida e rotina destes verdadeiros artistas. Por fim chegamos onde queria eu: o coração do centro. Simplesmente não canso de lá.
As histórias iam aparecendo diante de meus olhos. Eu mal podia falar, faltava ar, faltava tudo.
Cracolândia. A zona é perto de onde fica a Estação da Luz, mas no pedaço de rua que a coisa realmente pega eu nunca havia estado. E a pedidos me levaram. Eu vi, arregalei meus olhos para não perder nem um movimento. E tudo pareceu acontecer em câmera lenta. Todos os rostos retorcidos, perdidos, todos os cachimbos, todos os cigarros e cobertores, crianças, meninas e toda a paranóia de quem não sabe mais seu lugar no mundo.
Ricardo, 8 anos. Estava cansado. Seus pequenos ossos marcavam a camiseta velha e o moletom cheio de mucos nas mangas. Ele dizia que seu pulmão ardia. Tinha fome de comida e não da pobre barrinha de cereal que lhe ofereceram. Eu, no ímpeto ridículo de querer salvar que seja uma formiga naquele antro perdido, me agarrei no Ricardo e junto a um colega levei-o até o bar da frente. Ricardo não podia entrar, só nós. O cozinheiro abriu uma exceção e Ricardo pode ficar ali conosco. Pagamos um prato de calabresa e arroz, a pedidos do pequeno. Ficou combinado entre nós que Ricardo esperaria seu prato e comeria junto à parede onde pintavam o VLOK. Alguns minutos depois de chegarmos de volta à parede, chega Ricardo, chorando e levando apenas uma garrafa pet de suco das duas que havíamos comprado.
- O dono do bar me deu com a garrafa na cabeça, disse pra eu sumir de lá.
O choro era desesperador. Eu sai correndo, e o Gustavo atrás de mim, em direção ao bar.
- Carol, cuidado! Ele pode estar com gente mais velha que vai te roubar ou fazer alguma maldade com você.
O Gustavo sabe o que pode acontecer com quem não toma as devidas precauções em situações como esta. Já eu só pensava no Ricardo, estava com o coração na mão, queria voar na cabeça do tal homem do bar. E fui, junto com o Gustavo, saber o que tinha acontecido. O dono do bar negou, obviamente, e me entregou a bolsa de comida. Era claro que o menino estava falando a verdade, aquele homem com olhar gelado e maldoso já não tinha coração e não posso culpar-lo. Com certeza ele já foi testemunha de tantas desgraças por ali que já julga estas pobres crianças como perdidas. Será?
Voltei rapidamente para a parede pintada com a comida nas mãos, mas Ricardo havia desaparecido. Ele foi embora, foi embora e eu, mais uma vez, não pude fazer nada, absolutamente nada, apenas sentir de novo o vazio no peito da nossa pura impotência.
terça-feira, 25 de novembro de 2008
sexta-feira, 14 de novembro de 2008
Avui fa un matí de tardor espectacular, d'aquells de l'endemà de la pluja en què l'aire et refresca el pensament i el cel netíssim t'eixampla la vista fins allà on arriba la teva imaginació.
Com estàs? Has trobat feina ja? Jo m'estic començant a plantejar com puc donar la volta a la meva feina per què em permeti viatjar, m'està entrant el mal dels mariners, que quan es queden a terra ferma es marejen. Necessito el viatge com a part de la meva vida, si no, noto com em comencen a sortir arrels que m'enganxen al terra i això no ho suporto. El cervell m'està començant a reclamar una sèrie de coses que aquí no puc obtenir...
Com estàs? Has trobat feina ja? Jo m'estic començant a plantejar com puc donar la volta a la meva feina per què em permeti viatjar, m'està entrant el mal dels mariners, que quan es queden a terra ferma es marejen. Necessito el viatge com a part de la meva vida, si no, noto com em comencen a sortir arrels que m'enganxen al terra i això no ho suporto. El cervell m'està començant a reclamar una sèrie de coses que aquí no puc obtenir...
quinta-feira, 13 de novembro de 2008
quinta-feira, 6 de novembro de 2008
Cabrona.
Mi venganza ha llegado,
Por todo lo que hiciste
Tus días de gloria han terminado
Cabrona.
Tantos corazones rotos,
Destrozados por el camino
Y tú los pisabas como quien saca la vida de un insecto intruso.
Tuviste lo que merecías,
Ahora es tu vez de tener una espada clavada en el pecho
Y la sed de la ilusión herida
Cabrona.
El gusto amargo que tus besos dejaron
Por fin volvieron a tu boca
Y te agonizan por las noches.
Mi venganza ha llegado,
Por todo lo que hiciste
Tus días de gloria han terminado
Cabrona.
Tantos corazones rotos,
Destrozados por el camino
Y tú los pisabas como quien saca la vida de un insecto intruso.
Tuviste lo que merecías,
Ahora es tu vez de tener una espada clavada en el pecho
Y la sed de la ilusión herida
Cabrona.
El gusto amargo que tus besos dejaron
Por fin volvieron a tu boca
Y te agonizan por las noches.
Me rio de ti y te dejo ahí tirada con todos tus sueños en el suelo
Al menos él tuvo piedad de ti,
Tuviste suerte al final
Cabrona.
Tuviste suerte al final
Cabrona.
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eu me mim comigo
terça-feira, 4 de novembro de 2008
Eu, madrinha
Olivia e Leticia em um dia de relax
Primeiro ganhei um amor para a vida toda e de brinde um irmão. Depois vieram elas, lindas, uma sobrinha e a outra afilhada. Mais uma dessas duplinhas estranhamente duplicadas, ou melhor dizendo complementares, na minha vida. Olivia e Leticia, minhas gêmeas queridas. A diferença é que neste caso elas foram geradas em placentas separadas, o que as tornam mais diferentes, pelo menos fisicamente. A Olivia é morena, narizinho afilado, toda uma Ralston. Mas a Letícia, com toda a sua classe austríaca proveniente dos gens do cunhadão, não podia deixar barato e levou logo o nome da minha tataravó, um nome cobiçadíssimo por todas as Ralstons da família. E foi esta coisinha tão pequena , com uma pelugem quase ruiva e toda européia que eu ganhei de presente: a Letícia.
A Letícia não gosta de chupeta , é temperamental e presta atenção em qualquer barulho. Adora um banho e aproveita seus minutos na água para mostrar as habilidades daquele par de perninhas . Não seria menos que uma leonina pura e brilhante como seu regente Sol.
Já tenho tanto o que compartir com ela. ..bem vinda afilhada.
A Letícia não gosta de chupeta , é temperamental e presta atenção em qualquer barulho. Adora um banho e aproveita seus minutos na água para mostrar as habilidades daquele par de perninhas . Não seria menos que uma leonina pura e brilhante como seu regente Sol.
Já tenho tanto o que compartir com ela. ..bem vinda afilhada.
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